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Violência contra a mulher é fruto do antigo Coronelismo

Violência contra a mulher é fruto do antigo Coronelismo

Cultura patriarcal reforça a misoginia e a violência contra a mulher

Sim, a cultura patriarcal está presente em nossa sociedade, ela se apresenta através das estatísticas que abordam a violência física e psicológica praticada contra a mulher no ambiente familiar.

Esse tema já foi abordado na literatura nacional pelo escritor baiano Jorge Amado, no livro intitulado “Gabriela, cravo e canela”. No romance, o autor destaca o mandonismo na política local e as relações patriarcais entre os coronéis do cacau e a sociedade da época, marcada pela misoginia e o machismo.

Da literatura para a televisão, a história de Gabriela ganhou duas versões, a primeira em 1975 e a segunda, um remake de 2012 que teve por destaque o personagem do Coronel Jesuíno Mendonça (José Wilker) pelo uso do bordão: “Vai se lavar, hoje vou lhe usar” e por ter matado a tiros de revólver sua esposa dona Sinhazinha Guedes (Maitê Proença) e seu amante, o dentista Dr. Osmundo Pimentel (Erik Marmo).

Muito falada na década de 1920, a frase: “Vai se lavar, hoje vou lhe usar”, era dita por maridos às suas esposas em favor das relações conjugais. Do mesmo modo, a frase “cale a boca”, “você não tem capacidade para isso” ou “isso é coisa de mulher da vida” são palavras carregadas de preconceito que abalam o estado emocional e psicológico das mulheres e são frequentemente utilizadas pelo companheiro agressor.

O abalo emocional pode causar o silêncio da vítima, impedindo que ela denuncie o agressor e receba uma condenação satisfatória. Em muitos casos, o autor ameaça tirar a vida da ex-companheira caso ela comunique o crime para as autoridades competentes.

Nas últimas semanas, um caso de violência doméstica comoveu o estado catarinense. O vice-prefeito da cidade de Lages foi acusado de praticar violência moral e psicológica contra a ex-namorada. De acordo com o que foi noticiado, a vítima foi mantida em cárcere privado e ameaçada caso levasse as agressões ao conhecimento da autoridade policial.

 

Isso é um problema gravíssimo porque Lages já foi a cidade com maior índice de violência contra a mulher e aquelas que buscam ajuda, em sua maioria, trabalham como empregada doméstica, são estudantes ou cuidam do lar, possuem ensino fundamental incompleto, estão separadas ou viviam em regime de união estável.

 

O resultado, caso não haja denúncia e uma punição severa, é que a vítima poderá ter o mesmo fim trágico de dona Sinhazinha: a morte!

Essa realidade precisa ser mudada!

Denuncie, ligando para o número 180.

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COLUNISTAS

🕐 junho 13, 2025 16:48