
Desemprego: uma triste realidade em Lages

Região Serrana é uma das mais pobres de Santa Catarina
Nos últimos dez anos, Santa Catarina tem se destacado no cenário econômico nacional por ser um dos estados com mais oportunidades de emprego no Brasil. Nas regiões mais ricas, as vagas disponíveis, em sua maioria, proporcionam ao trabalhador uma boa renda e capacidade de estabilidade econômica.
As últimas estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que das oito regiões do estado, a Região Serrana é a que menos gera emprego, com 238 vagas em face das 2674 disponíveis no Vale do Itajaí.
Lages é a cidade do Planalto Serrano que mais disponibiliza vagas de trabalho e uma das que menos tem desistência. A cada cinco trabalhadores contratados, uma pessoa desiste da vaga. E, ainda que os números sejam positivos, ele não fecha com a realidade. A cidade continua pobre e sem emprego. Este é um dos fatores que nos colocam como uma das regiões mais pobres do estado.
Algumas hipóteses foram levantadas para entender essa questão, a primeira delas é que existe uma cultura social muito forte em não trabalhar aos finais de semana. Muitas empresas têm dificuldades em contratar um funcionário quando a jornada de trabalho é estendida para sábado ou domingo, mesmo ganhando um “extra”, o candidato não aceita a vaga.
Lideranças políticas dizem que os sindicatos de trabalhadores e patronais mantêm algumas “práticas” que impedem a instalação de novas empresas na cidade para não provocar a concorrência entre serviços e salários, dessa forma definem o quanto cada colaborador deve ganhar e outras normas relacionadas aos diretos do trabalhador.
A diminuição da população é outro fator importante, nos últimos anos não houve crescimento populacional, ao contrário, perdemos mão de obra qualificada para outras cidades com maiores demandas de trabalho. Alegam estes trabalhadores que as empresas de Lages, com exceções, pagam salário baixo, obrigam os colaboradores a exercerem muitas funções além da principal, cobram pela qualidade do serviço e não existe um plano de carreira adequado que os faça permanecer na empresa.
O setor agropecuário tem se destacado na comercialização de madeira e bovinos, todavia, não absorve a demanda de trabalhadores ociosos. Para isso, é necessária uma nova cultura, voltada para o desenvolvimento industrial. Não por acaso, as cidades mais ricas, como Florianópolis, Blumenau, Joinville e Jaraguá do Sul, também são as mais industrializadas, provando mais uma vez a importância desse segmento para o Planalto Sul.
O que fazer para mudar? A sociedade deve pensar essa resposta juntamente com os meios políticos e empresariais, é necessária uma nova cultura para o trabalho onde todos sejam beneficiados e tenham a possibilidade de se desenvolver economicamente, até lá, continuamos com os velhos e antigos problemas…